A cozinha baiana é uma das mais originais do nosso país, já que leva consigo a tradição europeia, africana e indígena em seus pratos. Ingredientes como o dendê, o quiabo, a mandioca, o ovo de galinha, as pimentas e os frutos do mar são presentes em quase todas as opções em restaurantes, bares e barraquinhas de rua de Salvador. A muqueca, o acarajé e a cocada perfumam o ar da capital. E abrem o apetite de muita gente.
Mas é em uma casa de esquina, logo após o largo da Mariquita, no Rio Vermelho, reduto de botecos e cadeiras de plástico, que está o restaurante Casa de Tereza – Gastronomia e Cultura. O local permaneceu abandonado por muito tempo, mas hoje em dia, e principalmente internamente, surpreende pela decoração dedicada aos Orixás e principalmente à Yemanjá (foto), os três salões e um bar, além de uma pequena mercearia no subsolo, onde é possível encontrar iguarias tais como cacau, dendê, beiju, licuri (novo em nosso dicionário gastrônomico) em óleo e tostado, pimentas e outras coisinhas típicas.
O cardápio bem elaborado conta a história do lugar e enumera diversos pratos da culinária local, como muquecas e ensopados, que servem duas pessoas. Há também pratos individuais, como o peixe com mel de cajá, diversas apresentações de camarões — mas o que chama a atenção é o risoto de camarão com maturi (castanha de caju jovem, ainda um pouco verde) e côco, frutos do mar, carnes e frango. As sobremesas são variadas e as cachaças são pontuais.
Sábado as 21h o salão principal e o bar estavam cheios, mas não havia espera. O salão superior recebia um evento. E esse detalhe parece que fez a diferença no serviço, infelizmente. Apesar disso, uma caipirinha de umbu-cajá surpreendeu positivamente, pois o sabor era bem doce, e a cachaça Amada da Bahia é deliciosa.
O prato principal escolhido aquela noite foi: “Trilogia do Mar”, com polvo, dourado e camarão, acompanhada de arroz branco, aipim, farinha e pirão. A caipirinha veio. A comida não.
A comida não veio.
A comida não vem.
Cadê a comida?
Após uma série de desculpas por causa do evento no andar superior, alguns “mais dez minutinhos e pronto”, outros “já já vai sair”, aí veio. Uma hora e quinze de espera que parecia não ter fim.
Apesar disso, tudo estava delicioso. A muqueca tinha muito camarão e polvo, não pesou no estômago e satisfez completamente. O pirão e as pimentas que estavam na porção completaram o prato de maneira primordial. Pena que já não havia mais tempo para a sobremesa.
E assim termina-se a noite. Não pode ser possível esperar uma hora e quinze para o prato chegar à mesa. Não é um tempo razoável. Pecou-se pela demora, apesar da apresentação e sabor do prato.
Acredito que voltaremos, mas antes ligo para fazer o pedido.
Serviço
O quê? Casa de Tereza
Onde? Rua Odilon Santos, 45, bairro Rio Vermelho, Salvador-BA
Quando? Aberto diariamente das 12h à 1h da matina e domingo até às 19h
Quanto? Aproximadamente R$ 100 o casal
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