sábado, 24 de novembro de 2012

Belém do Pará e o seu Festival da Tartaruga



Belém do Pará é um dos principais destinos gastronômicos do País, infelizmente pouco explorado pela maioria dos brasileiros. Belém é a terra do tucupi, do jambu, do tacacá, das castanhas, do açaí e de um templo culinário — o mercado Ver-o-Peso, já com mais de três séculos de história.

Após provar ingredientes, pratos e frutas locais, tivemos a sorte de estar em Belém quando foi oferecido pelo restaurante Divina Comida, no bairro de Nazaré, o único fim de semana do festival anual de carne de tartaruga. É importante ressaltar que são tartarugas criadas para este fim, com supervisão veterinária e do IBAMA. Nenhuma delas cresceria para ser ninja ou garota-propaganda do projeto TAMAR, mas sim para proporcionar este post e abrir o apetite dos leitores.

O restaurante já estava cheio antes do meio-dia, e conforme o que foi comentado pela gente de Belém, a carne de tartaruga é bastante apreciada. Havia dois buffets, o de tartaruga e o comum dos finais de semana, sendo o primeiro a R$ 150 por quilo e o segundo a um quinto desse preço.

Em sentido horário, de cima: tartaruga no leite de castanha,
 farofa de tartaruga, tartaruga com jambu, e vísceras de tartaruga.
Provadas todas as opções, que incluiam farofa de tartaruga (servida no próprio casco), risoto de tartaruga, sarapatel de tartaruga, carne de tartaruga no leite de castanha, tartaruga no tucupi, picadinho de tartaruga, e um cozido de vísceras que o nome realmente não lembramos (pacuxá talvez), a conclusão é que a carne é saborosa, suave e de ótimo aspecto.

O sarapatel, feito no sangue da tartaruga, o prato com leite de castanha e as vísceras foram os que mais agradaram: o primeiro porque é uma variação de um prato bem brasileiro com um ingrediente exótico; o segundo, pelos suculentos pedaços de carne branca envoltos em pequenos ossos e regados de leite de castanha; e o último pelo sabor forte e carregado de ferro. O tucupi também agradou bastante, mas por causa do jambu que sempre adiciona o prato.

Usaram-se praticamente inteiras todas as 15 tartarugas que o restaurante conseguiu comprar este ano, já que apenas um fornecedor atendeu todas as avaliações veterinárias e do IBAMA. O preço elevado e a consciência ecológica pode até afastar alguns, mas a oportunidade de provar esta iguaria tão rara hoje deve ser aproveitada por aqueles que gostam do exótico e não tem medo de novos sabores. Ano que vem deve ter mais! 

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